quarta-feira, 23 de julho de 2014

Updates



Atualizações são e sempre serão necessárias nesse mundo cada vez mais conectado e digital. Como programador, sei que nem tudo é perfeito e aquele programa que se testou, testou e testou ao extremo sai com algum indetectável probleminha que o usuário não vai levar mais que 10 minutos para descobrir. Só que, de uns 2 ou 3 anos pra cá, essas atualizações estão chegando a um ponto de deixar nós usuários pirados – principalmente quem possui um tique digital de querer ter seus eletrônicos sempre com as últimas versões instaladas e funcionando bem.
Vou citar agora um típico dia de usabilidade e trabalho baseado no meu dia e acredito que a maioria deve passa por esse tipo de situação. Pode não ser exatamente igual, mas um ou dois itens acontecem ou já aconteceram. Então vamos lá…
7:00 – Você é acordado pelo seu smartphone e descobre que ele atualizou aquele monte de aplicativos automaticamente na madrugada e que você também esqueceu de plugá-lo no carregador. Resultado: apenas 20% de bateria e não esqueça de levar o carregador para o trabalho. É interessante ressaltar que antes não havia esse tipo de “atualização automática”. Geralmente você tinha que “mandar” o smartphone fazer a atualização e isso, por si só, era um saco. Era não, ainda é!
7:30 – Tomando um delicioso café com pão na padaria da esquina (ou mesmo em casa/trabalho), você saca o seu tablet e acessa o seu jornal preferido, cuja assinatura digital é automaticamente atualizada a noite. Sim, enquanto você dorme o seu tablet recebe automaticamente o jornal, para que você o tenha bem cedo. O problema é quando o aplicativo do jornal, por algum motivo, não atualizou sozinho. Daí vai você fazer isso manualmente ou então leia o jornal do dia anterior.
8:00 – Ao chegar ao trabalho, certamente você usa um computador, e muito provavelmente o sistema operacional é o famigerado Windows, do pessoal de Redmond. Aposto 10 contra 1 que deve existir “trocentas” atualizações para serem executadas (baixadas e instaladas). E caso você sempre as faça regularmente, pode apostar que sempre vai ter alguma que saiu a noite, seja ela de segurança pra corrigir aquela brecha que descobriam ou então alguma melhora. E, se não for o Windows, vai ser algum programa que você usa no seu dia-a-dia. E não pense que isso só ocorre com quem usa Windows não, tá? Acontece também com quem usa Mac e também com quem usa Linux. Bem pouco, diga-se de passagem, mas acontece!
9:00 – A empresa que desenvolve o programa que você usa entra em contato (isso se você usa software original, né?) dizendo que tem uma nova versão e que vai corrigir aquele monte de probleminha que você reportou a eles da última vez (acredite, se quiser). Mais um tempo perdido aí pra atualização.
11:30 – De volta em casa para o almoço (ou então para um descanso depois de ter almoçado em algum buraco na rua), novamente você liga o seu tablet ou notebook para dar uma “passadinha rápida” pelas redes sociais e percebe que precisa atualizar o aplicativo, porque a versão que você está usando não mostra corretamente novos conteúdos. Mais uma vez o seu smartphone se conecta a sua rede wi-fi e começa uma incensante busca por novas versões, seja do seu programa principal ou dos aplicativos instalados nele.
15:00 – Ao pegar o seu novíssimo notebook rodando o também novíssimo Windows 8, você descobre que Redmond tem inúmeras atualizações para fazer e que você vai perder pelo menos 1 hora ou mais para instalar todas elas. Isso se você, como já disse, for uma pessoa que sempre anda com tudo atualizado. Se você comprou o notebook a mais tempo e nunca atualizou, quando for fazer vai perder quase que umas 3 ou 4 horas atualizando.
18:00 – Chegando em casa, você resolve relaxar um pouco ouvindo uma boa música no seu home theater. Prepara aquele delicioso scotch e liga a sua linda e maravilhosa smartv. Só que, ao invés de aparecer a lista de músicas para você escolher, recebe uma bela mensagem de que uma atualização é necessária e que o fabricante recomenda que você a instale. Tudo bem que você pode ignorar, mas então você pensa que pode ser a solução para algum problema que poderia danifica a TV e então faz a danada. E ainda pode ocorrer atualizações do seu receiver e também do seu DVD ou Blu-Ray Player.
18:30 – Lembra do seu smartphone? Pois é, ele já está conectado a sua rede wi-fi e já está buscando por novidades nas “stores” digitais e te informa que existem alguns aplicativos que foram atualizados agora a tarde.
19:30 – Então você resolve jogar um game para concluir aquela fase que já faz meses que você não consegue passar. Liga o novíssimo PS4 ou então o XBOX One (ou então o PS3/360/Wii) e o que acontece? Primeiro uma bela atualização do fabricante. Atualização esta que você é obrigado a instalar, porque se não o jogo não funciona. Geralmente essas não tem como escapar. Então, dependendo da velocidade da sua banda de internet, você deverá esperar por pelo menos uns 40 a 70 minutos até que tudo esteja pronto para você finalmente jogar. Porém, quando você insere o disco do jogo no aparelho, mais uma vez é necessário fazer uma atualização. Essa agora do game em si,  para corrigir algumas falhas. Resultado: mais uns 60 minutos de espera para poder jogar. Já sem saco, tu deixa aquela merda toda sendo atualizada e vai pra cama!
22:00 – Já deitado na cama, ao ligar a sua smartv do quarto, não preciso nem dizer que pode acontecer, né? Mas então você resolver assistir a uma TV por assinatura e sua operadora resolve atualizar automaticamente o seu receptor. Mais uns 30 a 40 minutos de espera. Tu desliga tudo e vai dormir.
E mais uma vez esquece de colocar o smartphone pra carregar e mais uma vez vai ficar sem bateria no outro dia porque o seu aparelho vai passar a noite inteira se atualizando.
Ah… A vida moderna!!!