segunda-feira, 27 de junho de 2011

Louco

Sempre fui louco,
e sei que fui louco,
como a maioria de nós...
é muito difícil dizer porque se é louco,
mesmo se você não for um louco...


Ps.: O verso acima não é meu, mas serve para o que eu gostaria de dizer hoje e agora!

terça-feira, 21 de junho de 2011

The Charque Side Of The Moon

capa
Como você acha que seria a história do rock progressivo se Roger Waters e David Gilmour fossem latinos, nascidos no Brasil, mais precisamente no singelo estado do Pará? E, pelos idos do ano de 1972, os dois tivessem a ideia de mostrar o lado negro da lua, ou do charque? Charque no Pará é como é chamada a carne-de-sol e também (mais um) apelido carinhoso da genitália feminina (WTF?)!  Tentou imaginar a bizarrice escrita acima? Mas pode acreditar, foi isso que fez uma banda paraense chamada La Pupuña e um time forte de convidados, ao criar um mash-up do conceitual álbum do Floyd! Por incrível que pareça ouvindo você vai perceber que está tudo lá, assustadoramente bem produzido (gostei dessa frase que li num outro blog sobre o trabalho). Você vai ouvir o disco na íntegra, mas numa versão bem interiorana com guitarrada, cumbia, lundum, brega e surf music. E, antes que a inquisição me mande para a fogueira pelo sacrilégio, devo dizer que sou um um fã incondicional do Pink Floyd, mas ao contrário de muitos outros, tenho uma cabeça aberta para ouvir outros trabalhos progressivos relacionados (e até de homenagem) a banda, e foi por isso que parei para ouvir The Charque Side! Volto a repetir, mesmo que muitos torçam o nariz, eu particularmente achei o trabalho muito, mas muito bem produzido mesmo! Se você ouvir, vai perceber e notar que o trabalho inteiro da obra se faz presente, cada som, cada nota, cada acorde, só que de uma forma bem, mas bem latina mesmo! Detalhe especial para a versão suingada de Money, que até o solo (magistralmente feito por Gilmour) está lá, e bem interpretado! Fica aí o registro! Se quiser ouvir o trabalho, o link para download do álbum completo está abaixo!
Download aqui!

domingo, 19 de junho de 2011

Interrompendo Buscas

Assistindo ao ótimo "Closer - Perto demais", me veio à lembrança um poema chamado "Salvação", de Nei Duclós, que tem um verso bonito que diz: "Nenhuma pessoa é lugar de repouso". Volta e meia este verso me persegue, e ele caiu como uma luva para a história que eu acompanhava dentro do cinema, em que quatro pessoas relacionam-se entre si e nunca se dão por satisfeitas, seguindo sempre em busca de algo que não sabem exatamente o que é. Não há interação com outros personagens ou com as questões banais da vida. É uma egotrip que não permite avanço, que não encontra uma saída - o que é irônico, pois o maior medo dos quatro é justamente a paralisia, precisam estar sempre em movimento. Eles certamente assinariam embaixo: nenhuma pessoa é lugar de repouso.

Apesar dos diálogos divertidos, é um filme triste. Seco. Uma mirada microscópica sobre o que o terceiro milênio tem a nos oferecer: um amplo leque de opções sexuais e descompromisso total com a eternidade - nada foi feito pra durar. Quem não estiver feliz, é só fazer a mala e bater a porta. Relações mais honestas, mais práticas e mais excitantes. Deveria parecer o paraíso, mas o fato é que saímos do cinema com um gosto amargo na boca.

Com o tempo, nos tornamos pessoas maduras, aprendemos a lidar com as nossas perdas e já não temos tantas ilusões. Sabemos que não iremos encontrar uma pessoa que, sozinha, conseguirá corresponder 100% a todas as nossas expectativas ¿ sexuais, afetivas e intelectuais. Os que não se conformam com isso adotam o rodízio e aproveitam a vida. Que bom, que maravilha, então deveriam sofrer menos, não? O problema é que ninguém é tão maduro a ponto de abrir mão do que lhe restou de inocência. Ainda dói trocar o romantismo pelo ceticismo, ainda guardamos resquícios dos contos de fada. Mesmo a vida lá fora flertando descaradamente conosco, nos seduzindo com propostas tipo "leve dois, pague um", também nos parece tentadora a ideia de contrariar o verso de Duclós e encontrar alguém que acalme nossa histeria e nos faça interromper as buscas.

Não há nada de errado em curtir a mansidão de um relacionamento que já não é apaixonante, mas que oferece em troca a benção da intimidade e do silêncio compartilhado, sem ninguém mais precisar se preocupar em mentir ou dizer a verdade. Quando se está há muitos anos com a mesma pessoa, há grande chance de ela conhecer bem você, já não é preciso ficar explicando a todo instante suas contradições, seus motivos, seus desejos. Economiza-se muito em palavras, os gestos falam por si. Quer coisa melhor do que poder ficar quieto ao lado de alguém, sem que nenhum dos dois se atrapalhe com isso?

Longas relações conseguem atravessar a fronteira do estranhamento, um vira pátria do outro. Amizade com sexo também é um jeito legítimo de se relacionar, mesmo não sendo bem encarado pelos caçadores de emoções. Não é pela ansiedade que se mede a grandeza de um sentimento. Sentar, ambos, de frente pra lua, havendo lua, ou de frente pra chuva, havendo chuva, e juntos fazerem um brinde com as taças, contenham elas vinho ou café, a isso chama-se trégua. Uma relação calma entre duas pessoas que, sem se preocuparem em ser modernos ou eternos, fizeram um do outro seu lugar de repouso. Preguiça de voltar à ativa? Muitas vezes, é. Mas também, vá saber, pode ser amor.

(Marta Medeiros)

Ps.: Recebi esse texto por e-mail de uma amiga já faz algum tempinho e, por concordar em diversas partes, não pude deixar de publicar aqui, com os devidos créditos da autora. Quer saber? Assino em baixo!!!

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Boa Noite, Lua!






Boa noite, Lua!
Boa noite, quarto!
Boa noite, cama!
Boa noite, tv!
Boa noite, ipad!
Boa noite, Fofinha! :)

Ps.: Tá bom, estou publicando isso às 11 horas da manhã, mas faz de conta que são 11 horas da noite de ontem! Não sabia que isso existia mesmo e quando vi num site desses daí não pude deixar de registrar aqui em Noites! Ahh… Imagino que vários “Boa noites” ainda aparecerão por aqui!!!

domingo, 5 de junho de 2011

Lixos da Vida

Nesta última sexta-feira a noite resolvi ficar em casa ouvindo música e então aproveitei o ensejo e fiz uma faxina nas minhas coisas. Abri cada gaveta, cada armário, cada local onde se amontoavam “troços” e joguei muita, mas muita coisa fora, pro lixão mesmo. Foram extratos bancários velhos, cartas e cartões que não fazem mais sentido para a atualidade, contas velhas, objetos sem uso enfim, tudo aquilo que no passado pode até ter sido importante, mas que hoje a única coisa que estão fazendo é ocupar espaço, tanto nos armários quanto na cabeça (e também no coração). E a cada arremesso de algo para o “recycle bin”, devaneios desfilavam pela minha cabeça, como se eu pudesse fazer uma viagem nostálgica e voltar no momento em que aquele documento foi registrado/criado/recebido ou objeto foi usado/adquirido. Às vezes ficava feliz em lembrar e às vezes ficava triste. Mas essa tristeza não era ruím. Era uma tristeza boa, se é que existe tristeza boa. Uma tristeza assim, meio que de alívio que aquilo passou e que acabou. Não acho que consigo colocar aqui em Noites o verdadeiro significado daquele sentimento de sexta-feira, se bem que isso agora não importa muito. O que importa mesmo é que as gavetas e os armários estão limpos, vazios e prontos para receberem novas coisas, novos momentos e novas alegrias, como eu mesmo já mencionei aqui com a história de uma fita de cetim!
E então pensei cá com meus botões: como é importante essa faxina. Como é importante você destruir e jogar fora esses resquícios de passado que devem ficar por lá, enterrados mesmo, como se tivessem sido um sonho ou mesmo um pesadelo. Como é importante para a nossa alma ser polida novamente, para que possamos voltar a brilhar, como diz a letra da música do Floyd: “Shine on your crazy diamond!” :)
Agora a próxima etapa e limpar tanto Paula Cristina, a velha Paula Cristina, como também Maria Catarina e, não podendo esquecer Jurema. Acredito que existam coisas nos seus discos rígidos que já deveriam ter sido deletadas a muito, mas muito tempo mesmo. Como já foi dito, novos arquivos e novos programas e também novas versões estão chegando e precisam de espaço. Então, mãos a obra…